Biografia de Nicolau II
Nicolau II
Nicolau II (1868-1918) foi o último czar russo, da longa
dinastia dos Romanov, que governou entre 1894 e 1917. Na madrugada de 17 de
julho de 1918, foi assassinado junto com a czarina Alexandra e
os cinco filhos
do casal.
Nicolau Romanov (1868-1918) nasceu em Tsarskoye Selo, em São
Petersburgo, Rússia, no dia 18 de maio de 1868. Filho do czar Alexandre III, o
sucedeu em 1894. Nesse mesmo ano casa-se com a princesa alemã Alexandra
Fiodorovna. Nessa época, a massa proletária fazia uma forte oposição ao regime
czarista, então sustentado pelas camadas privilegiadas da nobreza e da
burguesia industrial e mercantil. O ambiente era adequado à difusão de ideias
revolucionárias.
Durante o governo de Nicolau II (1894-1917), a crise se
agravou. O monarca insistiu em manter um governo centralizado. Eclodiram
revoltas na Finlândia, Polônia, Ucrânia e região do Báltico contra a colonização
russa. O regime czarista combatia todo tipo de oposição. Os judeus foram
reprimidos, pois os considerava perigosos. O maior massacre ocorreu em Kishinev
(1903), onde milhares de judeus foram assassinados.
O processo de industrialização foi acompanhado do surgimento
de novos partidos políticos radicais, que ganhavam maior ascendência junto às
massas trabalhadoras. O mais antigo deles era o “niilista”, formado por
intelectuais que julgavam necessária a completa destruição de toda a estrutura
política e social vigente. Sua importância foi suplantada pelos
populistas-anarquistas de Kropokin e Leon Tolstoi, e pelos anarquistas
terroristas de Bakunin. Em 1898, essas correntes foram reagrupadas no Partido
Social-Revolucionário, que se mantinha fiel às duas ideias básicas do
populismo: revolução agrária e terrorismo.
No mesmo ano, surgia o Partido Social Democrata, que
defendia a tese marxista de que a Rússia, país atrasado, precisava passar por
uma revolução democrático-burguesa que desenvolvesse o capitalismo e criasse
condições para uma revolução do proletariado. Mais tarde, em consequência do
congresso realizado em 1903 em Bruxelas e Londres, o partido se dividiu em duas
tendências, de posições opostas: os marxistas ortodoxos, que pregavam a
derrubada violenta do governo (bolcheviques) e os socialistas revolucionários,
favoráveis a reformas pacíficas (mencheviques).
Após a derrota na guerra contra o Japão, em 1905, motivada
pelo choque de interesses sobre a região chinesa da Manchúria, a crise
econômica se agravou e eclodiu uma série de greves e manifestações contra o
regime de Nicolau II. Os cossacos (soldados da guarda imperial) reprimiam
duramente esses movimentos. Em 22 de janeiro desse mesmo ano, uma grande
multidão se reuniu em frente ao Palácio de Inverno de São Petersburgo, pedindo
audiência com o czar. O exército abriu fogo matando muitos manifestantes. O
fato ficou conhecido como “Domingo Sangrento” e foi o estopim para uma série de
revoltas.
Em outubro, Nicolau II cedeu. Publicou um manifesto assegurando
as liberdades individuais e prometendo eleições para a Duma (Parlamento). A
Rússia tornava-se assim uma monarquia constitucional, embora o czar
concentrasse grande poder. Entre 1906 e 1910 os operários tiveram algumas
conquistas: organização de sindicatos, redução de jornada de trabalho, seguros
contra acidentes e moléstias. No campo, foram feitas reformas agrárias.
Ao eclodir a Primeira Guerra Mundial, os partidos russos
uniram-se contra a Alemanha, mas os efeitos da guerra revelou a crise da sociedade
imperial: a inflação corroía os salários, empresas nacionais faliam, cedendo
lugar ao capital estrangeiro. Nicolau II assume pessoalmente a chefia dos
exércitos e a czarina fervorosa na fé ortodoxa russa, passa a governar baseada
na inspiração celestial e nos conselhos de Rasputim, o monge a quem ela
creditava poderes miraculosos e a quem recorria no tratamento da debilitada
saúde do filho Alexei que era hemofílico.
No dia 12 de março de 1917, a burguesia liberal, apoiada
pela esquerda moderada, pressionava o governo, provocando manifestações de rua
e greves generalizadas. A polícia não conseguiu deter o movimento e o exército
se recusou a marchar contra a população. No dia 13 de março o Czar Nicolau II
abdicou. Exilados na Sibéria durante o governo provisório de Kerensky, em 1918,
foram chamados de volta a Moscou para um suposto julgamento público, mas
chegando a Ecaterimburgo, cidade estratégica dos Urais, Nicolau II foi preso e
assassinado junto com a czarina, os cinco filhos, o médico da família e três
serventes leais.
Nicolau II morreu em Ecaterimburgo, Rússia, no dia 17 de
julho de 1918.
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